In this paper I apply Ramalho Santos’s re‑definition of Pessoa’s “poetic interruption” as the interference of the political/cultural in the representation of a poetic vision to a study of place concepts and real places. I translate her linking of “poetic interruption” with use of language to cognitive activation of linguistic concepts that might be external to a poem’s original vision, and demonstrate such processes by analyzing a number of translations, explications and interpretations of a modernist Hebrew poem. I show how an image designed to evoke moods rather than represent a “real” geographical entity might be interpreted, under the cognitive impact of such interference, as a “mimetic” representation.
O artigo aplica a redefinição de Maria Irene Ramalho Santos do conceito de “interrupção poética” de Fernando Pessoa, ou seja, a interferência do político/cultural na representação de uma visão poética, ao estudo do conceito de lugar e do próprio lugar. Transponho a sua ligação entre a “interrupção poética” e os usos da linguagem para a ativação cognitiva de conceitos linguísticos, eventualmente exteriores à visão original do poema, e demonstro o funcionamento do processo a partir da análise de várias traduções, explicações e interpretações de um poema modernista hebraico. Mostro também em que medida uma imagem que se destina a evocar um determinado estado de espírito e não a representar uma entidade geográfica precisa pode ser interpretada, sob o impacto cognitivo de tal interferência, como uma representação “mimética”.