Várias catástrofes foram desencadeadas ao longo da História Natural, evoluindo o mundo até ao ponto como
o conhecemos hoje. O aumento da intervenção humana na industrialização de sociedades com ação direta no
equilíbrio de ecossistemas provoca fenómenos que aumentam a probabilidade de novas catástrofes, num
âmbito tecnológico e industrial, colocando diferentes desafios à Medicina.
A Medicina de Catástrofe é uma medicina de massas, que necessita ter como base uma série de planos de
atuação, com uma rede integrada em Socorros Polivalentes com cuidados médicos de urgência, recurso à
tecnologia como a telemedicina, onde tem de haver obrigatoriamente coordenação e liderança, desafiando
constantemente a capacidade de resposta programada para a sua gestão, para que não impere o improviso
no meio do caos.
Pelas suas características inéditas, consequências além do expectável e dimensão mundial, é abordada a
catástrofe que ocorreu a 11 de Março de 2011 em Fukushima, Japão. Através da revisão de artigos e livros da
especialidade revê-se conceitos básicos, analisa-se a evolução dos acontecimentos, explora-se protocolos de
atuação médica em socorro a multivítimas e discute-se estudos das consequências a curto, médio e longo
prazo dos efeitos radiológicos, saúde pública, problemas sociais e psicológicos, não só para as populações
atingidas mas também para os interventores. Igualmente procurar-se-á abordar os problemas éticos
internacionais, que colocaram em causa a continuidade da Energia Nuclear no Japão.
Numa perspetiva de preparar cada vez mais os profissionais de saúde para este tipo de fenómenos, a análise
do tema “Medicina de Catástrofe: De Fukushima para o Mundo”, serve como ponto de partida e exemplo,
para minimizar as taxas de morbilidade e mortalidade quando o mundo se voltar a deparar com um cenário
idêntico no futuro.