A historiografia portuguesa nos últimos 20 anos tem tratado o século XX de forma
intensiva, em especial a relativa ao período salazarista, abordando questões até então
relegadas para o debate político de pós 25 de Abril. A passagem do discurso político
para o historiográfico não anulou, contudo, certas concepções impostas pelo momento
revolucionário, sobretudo no que respeita aos estudos acerca da oposição à
ditadura militar e ao salazarismo. O nosso objectivo é tentar analisar de que forma o
discurso da oposição, criado com um intuito combativo, deixou marcas na historiografia,
ajudando a perpetuar em vez de esclarecer os seus mitos