O ponto de partida da reflexão que se pretende trazer e partilhar nesta comunicação
é muito actual e corresponde às múltiplas possibilidades tecnológicas com que
podemos hoje desenvolver todos os aspectos da nossa vida, desde a pessoal e familiar
até à profissional, passando por muitos outros níveis. A designada Sociedade da
Informação, na expressão a-histórica dos sociólogos, que melhor se pode entender se
usarmos os conceitos de estrutura e conjuntura, sendo que o primeiro sugere a presença
de uma nova época – a Era da Informação – e o segundo postula, a partir de
1989, a expansão em curso de uma rede de fluxos os mais diversos, cada vez mais
globalizados, oferece-nos exemplos interessantes para uma reflexão sobre a cientificidade
da História.
Toma-se como exemplo, o «domínio» na web designado Second Life, cujo criador
pretendeu fosse não um jogo, mas uma outra vida ou um Mundo paralelo àquele em
que vivemos. Faz sentido distinguir real e virtual? Há ou não acontecimentos que se
entrelaçam numa teia complexa de acções individuais e colectivas passíveis de serem
cientificamente reconstituídos e compreendidos pela História? As teses relativistas ou
pragamtistas com Rorty e Hayden White à cabeça sucumbem ou reforçam-se perante
o exemplo radical do Second Life?
Eis apenas algumas das questões para as quais se busca, aqui, um esboço de resposta