The purpose of this article is to show how Plato, as he is included in Diogenes
Laertius’ succession of philosophers’ lives, becomes a character that is made up according
to certain criteria. The analysis of book III and of other passages of the Lives, compared
to Sextus Empiricus’ Outlines, shows that anecdotes and the character’s way of life
are presented in a way that does not elaborate upon the connections with his alleged
doctrines, and that Plato is seen, ultimately, as a dogmatic philosopher.
O objetivo deste artigo é mostrar como Platão, na medida em que é inserido
na sucessão de vidas de filósofos de Diógenes Laércio, torna-se um personagem que é
fabricado de acordo com certos critérios. A análise do livro III e de outras passagens das
Vidas, cotejada com os Esboços de Sexto Empírico, mostra que as anedotas e o modo de
vida do personagem são apresentados sem que as conexões com suas supostas doutrinas
sejam elaboradas, e ainda que Platão é visto, em última instância, como um filósofo
dogmático.